O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
CAPÍTULO IV
NINGUÉM PODERÁ VER O REINO DE DEUS SE NÃO NASCER DE NOVO
Instruções dos Espíritos
Necessidade da encarnação
25. É um castigo a encarnação e somente os Espíritos culpados estão sujeitos a sofrê-la?
A passagem dos Espíritos pela vida corporal é necessária para que eles possam cumprir, por meio de uma ação material, os desígnios cuja execução Deus lhes confia. É-lhes necessária, a bem deles, visto que a atividade que são obrigados a exercer lhes auxilia o desenvolvimento da inteligência. Sendo soberanamente justo, Deus tem de distribuir tudo igualmente por todos os seus filhos; assim é que estabeleceu para todos o mesmo ponto de partida, a mesma aptidão, as mesmas obrigações a cumprir e a mesma liberdade de proceder. Qualquer privilégio seria uma preferência, e toda preferência, uma injustiça; mas a encarnação, para todos os Espíritos, é apenas um estado transitório. É uma tarefa que Deus lhes impõe, quando iniciam a vida, como primeira experiência do uso que farão do livre-arbítrio. Os que desempenham com zelo essa tarefa transpõem rapidamente e menos penosamente os primeiros graus da iniciação e mais cedo gozam do fruto de seus labores. Os que, ao contrário, usam mal da liberdade que Deus lhes concede retardam a sua marcha e, tal seja a obstinação que demonstrem, podem prolongar indefinidamente a necessidade da reencarnação e é quando se torna um castigo. (São Luís, Paris, 1859).
26. Nota. Uma comparação vulgar fará se compreenda melhor essa diferença. O escolar não chega aos estudos superiores da Ciência, senão depois de haver percorrido a série das classes que até lá o conduzirão. Essas classes, qualquer que seja o trabalho que exijam, são um meio de o estudante alcançar o fim, e não um castigo que se lhe inflige. Se ele é esforçado, abrevia o caminho, no qual, então, menos espinhos encontra. Outro tanto não sucede àquele a quem a negligência e a preguiça obrigam a passar duplamente por certas classes. Não é o trabalho da classe que constitui a punição; esta se acha na obrigação de recomeçar o mesmo trabalho.
Assim acontece com o homem na Terra. Para o Espírito do selvagem, que está apenas no início da vida espiritual, a encarnação é um meio de ele desenvolver a sua inteligência; contudo, para o homem esclarecido, em quem o senso moral se acha largamente desenvolvido e que é obrigado a percorrer de novo as etapas de uma vida corpórea cheia de angústias, quando já poderia ter chegado ao fim, é um castigo, pela necessidade em que se vê de prolongar sua permanência em mundos inferiores e desgraçados. Aquele que, ao contrário, trabalha ativamente pelo seu progresso moral, além de abreviar o tempo da encarnação material, pode também transpor de uma só vez os degraus intermédios que o separam dos mundos superiores.
Não poderiam os Espíritos encarnar uma única vez em determinado globo e preencher em esferas diferentes suas diferentes existências? Semelhante modo de ver só seria admissível se, na Terra, todos os homens estivessem exatamente no mesmo nível intelectual e moral. As diferenças que há entre eles, desde o selvagem ao homem civilizado, mostram quais os degraus que têm de subir. A encarnação, aliás, precisa ter um fim útil. Ora, qual seria o das encarnações efêmeras das crianças que morrem em tenra idade? Teriam sofrido sem proveito para si, nem para outrem. Deus, cujas leis todas são soberanamente sábias, nada faz de inútil. Pela reencarnação no mesmo globo, quis Ele que os mesmos Espíritos, pondo-se novamente em contato, tivessem ensejo de reparar seus danos recíprocos. Por meio das suas relações anteriores, quis, além disso, estabelecer sobre base espiritual os laços de família e apoiar numa lei natural os princípios da solidariedade, da fraternidade e da igualdade.
Comentário:
Queridos irmãos e irmãs,
Que Jesus, nosso Mestre e amigo, nos envolva em luz e serenidade.
O tema da nossa reflexão de hoje está no Capítulo IV de O Evangelho Segundo o Espiritismo, que trata de uma das verdades mais consoladoras e lógicas trazidas pela Doutrina Espírita: a reencarnação.
Mais especificamente, vamos refletir sobre a “Necessidade da encarnação”, ensinamento do Espírito São Luís, transmitido em Paris, em 1859.
Desde os tempos antigos, o homem se pergunta: “Por que nascemos? Por que sofremos? Por que uns têm tanto e outros têm tão pouco?”
A resposta está na justiça divina. Deus, sendo infinitamente justo e bom, não cria privilégios nem castigos eternos. Ele concede a todos os seus filhos as mesmas oportunidades de aprendizado e crescimento. Por isso, ensina São Luís, a encarnação não é um castigo, mas uma necessidade natural do progresso espiritual. Quando o Espírito é criado, ele é simples e ignorante, ou seja, sem conhecimento nem experiência. Para aprender e desenvolver a inteligência, precisa atuar no mundo material, lidar com desafios, escolhas e consequências. É na luta da vida que o Espírito desperta suas virtudes, aprende a amar, a servir, a respeitar. A encarnação, portanto, é uma bênção educativa. Através dela, Deus permite que cada Espírito construa seu próprio destino.
Mas São Luís nos alerta:
Embora a encarnação seja uma fase necessária, ela pode se tornar um castigo quando o Espírito abusa do livre-arbítrio, quando prefere o caminho do egoísmo, da indiferença ou da violência.
Assim como o aluno que precisa repetir o ano por não ter estudado, o Espírito que desperdiça suas oportunidades precisa retornar à Terra quantas vezes forem necessárias até aprender a lição.
Não é Deus quem o pune — é ele mesmo quem retarda o próprio progresso. Enquanto isso, aquele que se esforça pelo bem, que trabalha pelo próprio aperfeiçoamento, avança mais rapidamente, libertando-se das encarnações dolorosas.
Kardec inclui uma bela comparação para facilitar o entendimento. Ele diz que o Espírito é como um estudante. As sucessivas encarnações são as classes pelas quais precisamos passar para alcançar o conhecimento superior.
O aluno esforçado progride sem dificuldades; o negligente precisa repetir a lição. Assim acontece conosco: não é o trabalho ou a luta da vida que nos castiga, mas sim a necessidade de recomeçar o que deixamos de aprender.
Outro ponto essencial da mensagem é que a reencarnação não é aleatória nem isolada. Ela tem um propósito de reparação, aprendizado e união espiritual.
Quando retornamos ao mesmo mundo, frequentemente reencontramos os mesmos Espíritos — familiares, amigos, colegas e até desafetos — para corrigir erros do passado, aprender o perdão e fortalecer os laços de fraternidade.
Assim, os laços de sangue ganham um sentido espiritual. As famílias não são formadas ao acaso: são núcleos de resgate, de amor e de progresso coletivo. É por meio dessas experiências repetidas que se consolidam os princípios da solidariedade, da fraternidade e da igualdade.
Vejam, meus irmãos: A necessidade da encarnação revela que a vida é uma grande escola, onde cada existência é uma oportunidade de crescimento. Não estamos presos a um destino imutável. Deus nos concede infinitas chances de recomeçar, corrigir e evoluir.
Por isso, ao olharmos para nossas dificuldades — sejam doenças, limitações, conflitos familiares ou provações materiais —, devemos lembrar que tudo tem um sentido educativo. Nada é castigo.
Cada desafio é um degrau para que possamos chegar mais próximos da perfeição e da felicidade verdadeira.
Assim, a grande mensagem desta lição é: Aproveitemos esta encarnação com gratidão e responsabilidade. Façamos dela um instrumento de renovação moral, de amor e de serviço ao próximo. Porque quanto mais bem utilizarmos o tempo, mais rapidamente alcançaremos a paz dos mundos superiores — onde não haverá mais dor, apenas luz e amor.
Que possamos, portanto, viver com consciência, fé e esperança, sabendo que a vida nunca cessa e que o futuro é sempre de progresso.
Muita paz a todos, e que Jesus nos abençoe hoje e sempre. 🌟
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